04 novembro 2008

Funcionários da BrT participavam de esquema que fraudava contas, diz polícia

A Polícia Civil do Paraná afirmou que o suposto esquema que fraudava contas telefônicas da BrT (Brasil Telecom) nos três Estados da região Sul contou com a participação de funcionários da empresa. Nesta terça-feira (4), agentes do Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) cumpriram 71 mandados de prisão no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo que 59 pessoas foram presas.

Antes, a polícia paranaense havia afirmado que eram 60 presos, informação que foi corrigida pela própria autoridade.

"Eles (os funcionários) recebiam uma espécie de aluguel semanal de suas senhas de acesso e de segurança do sistema da empresa", declarou o delegado-chefe da Subdivisão de Operações do Cope, Francisco Alberto Caricati.

A operação da polícia, batizada de Espectro, apurou que o esquema gerou um prejuízo de R$ 7,5 milhões à empresa. Ao todo, 200 policiais foram deslocados para cumprir mandados de prisão, busca e apreensão, com a ajuda das polícias locais. Segundo a polícia, ainda estão foragidas 12 pessoas.

Um dos presos, Vandré de Oliveira Araújo, é acusado pela polícia de chefiar a quadrilha que "alterava cadastros, retirava bloqueio de clientes inadimplentes e, principalmente, retificava indevidamente faturas reduzindo os valores originais em até 95%".

"Essa fraude só foi possível devido ao grande conhecimento de Vandré de Oliveira Araújo, que já trabalhou em uma empresa que prestava serviços para a Brasil Telecom", explicou o delegado chefe do Cope, Miguel Stadler. Ele afirmou que novos desdobramentos do suposto esquema serão investigados.

De acordo com a polícia, os clientes beneficiados pela redução nas contas pagavam 50% do valor abatido à quadrilha, que atuava há pelo menos cinco anos. Uma ex-funcionária da BrT já falecida, Jeanete Zilli, foi quem iniciou a operação fraudulenta e passou as informações para Araújo, que montou uma central telefônica em sua residência, informaram os policiais.

A Brasil Telecom informou que o inquérito foi aberto a pedido da própria operadora. Segundo a assessoria de imprensa, o sistema de segurança da empresa identificou indícios de fraude e solicitou à Polícia Civil do Paraná que investigasse o caso.

A investigação foi iniciada no final do ano passado. De acordo com a empresa, outro caso semelhante ocorreu neste ano em Goiânia (GO).

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